O adiamento da nova Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) — que exige a gestão dos riscos psicossociais nas empresas — deu um fôlego a mais para quem ainda não estava preparado. Porém, o novo prazo não deve ser visto como uma desculpa para empurrar o tema. Pelo contrário, pode ser a oportunidade ideal para líderes e áreas de RH se posicionarem com estratégia e responsabilidade.
O que diz a nova NR-1 e por que ela importa
Prevista inicialmente para maio de 2025, a nova redação da Norma Regulamentadora 1 inclui, entre outras exigências, a obrigatoriedade de mapear e mitigar riscos psicossociais nos ambientes de trabalho. Isso significa que fatores como sobrecarga emocional, assédio moral, conflitos interpessoais, insegurança psicológica e exaustão mental passam a ser reconhecidos formalmente como riscos ocupacionais — exigindo ação estruturada por parte das empresas.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a norma está sendo revista para incluir um manual técnico e um guia oficial de gestão de riscos psicossociais, com o apoio de um grupo tripartite de acompanhamento. O adiamento tem caráter técnico e operacional, mas não altera o que está em jogo: a urgência de transformar o discurso sobre saúde mental em prática organizacional.
Adiamento técnico da NR-1, mas urgência humana
O que a NR-1 tenta corrigir já é realidade no dia a dia das empresas: burnout, afastamentos por transtornos emocionais e perdas de produtividade não estão esperando o Diário Oficial. Em 2023, transtornos mentais foram a terceira maior causa de afastamentos no Brasil, segundo o INSS. E a busca por soluções está crescendo: as pesquisas por “saúde mental no trabalho” aumentaram mais de 400% nos últimos anos, segundo dados do Google Trends.
Empresas que tratam o tema apenas como tendência ou obrigação jurídica correm risco duplo: perder talentos e reputação.
O que sua empresa pode fazer agora
Antecipar-se à NR-1 não é sobre cumprir burocracias. É sobre liderar uma transformação cultural que cuida de pessoas e protege o negócio.
Aqui vão algumas ações práticas que podem ser colocadas em marcha agora mesmo:
- Mapear os riscos psicossociais existentes, com base em indicadores de clima, absenteísmo, turnover e feedbacks internos;
- Capacitar lideranças para identificar sinais de sofrimento emocional e acolher as equipes com segurança psicológica;
- Promover palestras e formações com especialistas, ajudando a empresa a construir uma base comum de conhecimento e ação;
- Ativar escutas seguras e canais de apoio emocional, com apoio técnico especializado (psicologia do trabalho, por exemplo);
- Estabelecer um plano de gestão de riscos psicossociais, mesmo que inicial, como ensaio à regulamentação que virá.
O que providenciar para de adequar à NR-1?
Para se adequar à nova norma, as empresas devem:
- Realizar a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), incluindo aspectos relacionados à saúde mental.
- Desenvolver um plano de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) que inclua a identificação, prevenção e mitigação de riscos psicossociais.
- Implementar programas de apoio psicológico para os colaboradores.
- Estabelecer políticas contra assédio e discriminação.
- Monitorar os níveis de estresse no ambiente corporativo.
- Promover o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional dos funcionários
O papel estratégico do RH
A nova NR-1 inaugura uma era em que o RH deixa de ser coadjuvante e passa a ser guardião da sustentabilidade emocional da empresa. Mais do que nunca, o cuidado com a saúde mental precisa sair do PPT e ganhar corpo em ações, metas e orçamento.
Ao se antecipar, sua empresa:
- Reduz riscos legais e evita improvisos no futuro;
- Aumenta engajamento, retenção e bem-estar;
- Cria um ambiente mais humano, confiável e ético;
- Ganha vantagem competitiva na atração de talentos.
E você, como líder ou profissional de RH, mostra visão, coragem e preparo para liderar o futuro do trabalho.
Agir agora é liderar o futuro
O adiamento da NR‑1 oferece um momento estratégico: quem usar esse fôlego para estruturar ações práticas hoje não só estará em conformidade amanhã, mas também mostrará liderança transformadora. Ao mapear riscos psicossociais, capacitar gestores e criar canais de acolhimento antes da obrigatoriedade, sua empresa fortalece a cultura organizacional, reduz custos com absenteísmo e ganha vantagem competitiva. Não espere a vigência para começar — atuar agora é escolher o caminho da inovação, do bem‑estar e da excelência.
Fale com a nossa curadoria especializada e descubra como implementar ações práticas e inspiradoras desde já. Vamos te ajudar a transformar esse desafio em vantagem competitiva.