“Você trabalha com o quê?”
Durante séculos, essa pergunta moldou identidades, conversas e caminhos profissionais. Mas, para Monica Magalhães, futurista e especialista em inovação, essa pergunta precisa mudar.
Em um mundo em que inteligência artificial e automação transformam o modo como produzimos, entregamos e criamos valor, a questão central passa a ser outra:
Que impacto você gera?
Essa mudança de perspectiva é o fio condutor da trajetória de Monica, que há anos provoca plateias, organizações e lideranças a repensarem o significado do trabalho e o futuro que estamos construindo coletivamente.
A evolução do trabalho sob a lente do futurismo
Por séculos, o trabalho definiu nossa identidade social. Como Monica Magalhaes explica:
“O trabalho nem sempre foi a espinha dorsal da economia. Sua definição evoluiu ao longo da civilização. No início, o trabalho era sobrevivência… Com a Revolução Industrial, o trabalho se redefiniu novamente, desta vez em torno da produtividade.”
Se pararmos para pensar nas fases sociais do trabalho, vamos perceber que o gráfico de evolução nos leva para cada vez mais para um lado menos operacional:
Fase 1: Trabalho como sobrevivência – Caça e coleta
Fase 2: Trabalho como subsistência – Agricultura e força física
Fase 3: Trabalho como produtividade – Era industrial
Fase 4: Trabalho como propósito – Era da informação
Fase 5: Trabalho como impacto – Era da inteligência artificial
Cada etapa trouxe uma redefinição profunda do que significa “trabalhar”. Hoje, diante da democratização do conhecimento e da velocidade tecnológica, a transformação é ainda mais radical:
Não seremos mais reconhecidos apenas pelo que fazemos, mas pelo que transformamos ao nosso redor.
O desafio da inteligência artificial: ameaça ou oportunidade?
Em novembro de 2023, durante o AI Safety Summit no Reino Unido, Elon Musk afirmou que o mundo chegaria a um ponto em que nenhum trabalho seria necessário. Para Monica, essa provocação não é motivo para medo, mas para responsabilidade.
O cenário que se desenha nos próximos anos aponta para uma realidade em que grande parte das funções operacionais será assumida pela inteligência artificial. Ao mesmo tempo, o conhecimento técnico será amplamente acessível, derrubando barreiras históricas entre especialistas e iniciantes. Nesse contexto, o verdadeiro diferencial será a capacidade de gerar impacto e não apenas executar tarefas.
A visão de Monica é clara: num mundo onde o trabalho como conhecemos pode se tornar opcional, construir relevância e significado se tornará ainda mais essencial.
A coragem de participar da construção do futuro
Monica sempre afirma:
“O futuro não está pronto. Nós fazemos parte da construção.”
Para Monica, o futuro não está dado: ele é, e sempre será, uma construção coletiva. Essa crença guia sua atuação há quase duas décadas, desde que teve o primeiro contato com o conceito de futurismo em uma conferência em Nova York.
Sua abordagem vai além da simples observação de tendências. Monica defende que o futurismo deve ser uma ferramenta prática para líderes e organizações desenvolverem pensamento crítico, estimularem a autonomia de suas equipes e cultivarem culturas de inovação genuína, que se refletem não apenas em produtos e serviços, mas também em impacto social real.
O futuro, segundo ela, não será moldado apenas pelas tecnologias que criamos, mas pelas perguntas que nos fazemos e pelas escolhas que corajosamente tomamos.
Um legado construído em palco, comunidade e ação
Além dos palcos, Monica lidera projetos que conectam inovação, educação e construção de futuros mais inclusivos:
- Disruptivos: comunidade que prepara pensadores de futuro e fomenta o futurismo crítico.
- CommonPlace: marketplace de comunidades de aprendizagem para troca de conhecimento e inovação aberta.
- Imersões internacionais: trazendo insights de eventos como o SXSW para dentro do debate brasileiro sobre trabalho, tecnologia e sociedade.
Cada palestra, projeto, conversa é uma pequena construção consciente de um amanhã diferente — onde trabalho, valor e propósito se entrelaçam de novas maneiras.
Se o trabalho é impacto, a liderança é escolha
O maior convite que Monica faz não é apenas imaginar novos cenários. É ter a coragem de participar ativamente da construção deles.
Em um mundo em que a IA redefine funções, serão protagonistas aqueles que enxergarem além das tarefas e cultivarem a transformação como prática cotidiana.
Se você busca inspiração para repensar sua jornada, sua liderança ou sua organização na era do impacto social e da inteligência artificial, Monica Magalhaes é uma das vozes mais relevantes desse novo tempo.