“Se eu tivesse seguido o que esperavam de mim, jamais teria chegado até aqui.” A fala de Isabela Tarczewski, Gerente Sênior de Eventos da Nafems, reflete muito do que a move — e do que moldou sua trajetória. Arquiteta por formação, com passagens pelo universo da moda e experiência prática com simulações e gêmeos digitais, ela foi construindo um percurso que jamais caberia num plano linear. “Foi como mirar em algo e acertar em outro lugar — que no fim era o certo. Eu só não sabia disso ainda.”
Hoje, Isabela trabalha em uma associação internacional voltada à engenharia de simulação, com clientes como NASA, Bosch e Embraer. Seu papel abrange desde treinamentos e eventos online até apoio estratégico a eventos presenciais em diversas regiões do mundo. “Minha formação em arquitetura me ajuda com layouts e experiências visuais, e minha vivência com eventos me fez entender como traduzir conhecimento técnico em vivência real para os participantes.”
Apesar do título gerencial, sua atuação é marcada por uma estrutura organizacional horizontal, onde decisões são tomadas de forma muito mais colaborativa do que impositiva. “As demandas não são imperativas, são construídas em conjunto. Isso traz inovação, mas também desafios. Às vezes falta uma voz intermediária entre a equipe e as lideranças mais sêniores, e isso pode dificultar mudanças mais profundas.”
Para Isabela, o verdadeiro líder é aquele que pratica o que prega — especialmente os valores que defende institucionalmente. “Liderar é muito mais do que delegar. É ser coerente com o que você espera dos outros. É mostrar com clareza as expectativas e escutar de verdade o que cada pessoa tem a oferecer.”
Ela acredita que a escuta ativa é uma das competências mais essenciais da liderança contemporânea — especialmente em contextos multiculturais. “Liderar um time de diferentes origens exige sensibilidade para perceber como cada cultura se comunica e como isso pode ser usado como força dentro da equipe.”
Ao ser questionada sobre como montaria uma equipe ideal hoje, Isabela responde sem hesitar: comunicação. “Mais do que qualquer hard skill, a comunicação é o que determina se uma equipe vai funcionar bem. Seja para relatar uma tarefa, propor uma ideia ou até trazer uma dúvida, tudo começa e termina com a forma como as pessoas se comunicam.”
“Eu me arrependo só de não ter me ouvido mais cedo.” Isabela fala sobre como aprendeu, com o tempo, a confiar mais em sua própria voz do que nas expectativas externas. “Se eu pudesse dar um conselho para a minha versão mais jovem, seria esse: jamais se conforme com o que te dizem que você tem que fazer. O que é esperado de você não é, necessariamente, o que vai te fazer feliz.”
