Poucas pessoas falam de trabalho com tanta autenticidade quanto Anselmo Oliveira. Sua trajetória, construída com esforço, resiliência e uma paixão quase palpável por gente, é daquelas que marcam. Hoje, à frente da Unidade de Relacionamento com o Cliente do Sesc Pernambuco, Anselmo não está só liderando equipes ou entregando indicadores — está construindo vínculos. E para ele, isso vale mais do que qualquer KPI.
Com uma bagagem que começa no Bradesco, passa por instituições como Sudene, ONU, hotelaria e Senac, Anselmo já viu o mercado por muitos ângulos. E mesmo assim, sua motivação continua a mesma: servir com excelência e propósito. “Eu não vendo sapato, eu não vendo celular. Eu entrego acolhimento. Meu trabalho é fazer com que as pessoas se sintam parte do Sesc”, afirma.
Sua experiência o torna uma espécie de polímata da gestão: já foi programador, analista de sistemas, comercial, controlador, gestor hoteleiro e, claro, comunicador nato. E toda essa versatilidade se traduz em empatia. Anselmo conhece o backstage, mas também domina o palco. Sabe o peso de um orçamento apertado, mas valoriza o poder de uma escuta atenta. “Às vezes, o cliente não quer comprar nada. Ele só quer ser ouvido. E o nosso papel é oferecer esse espaço.”
Ao assumir o desafio de liderar o relacionamento com os clientes do Sesc PE, ele herdou uma rede com 21 centrais de atendimento espalhadas pelo estado e uma carteira de mais de 230 mil usuários ativos. Dois anos depois, esse número já beira os 300 mil. O que mudou? A abordagem. Saiu a frieza dos processos, entrou a sensibilidade do toque humano — mesmo no digital. Onde antes um Fale Conosco levava cinco dias para ser respondido, hoje a resposta chega no mesmo dia. “É como se estivéssemos ali, do lado do cliente, mesmo que ele esteja atrás de uma tela.”
Anselmo também transformou os encontros técnicos das centrais em experiências vivas, que integram, capacitam e conectam as pessoas com o verdadeiro propósito do Sesc. Reformulou rotinas, trouxe tecnologia, mas sem abrir mão do fator mais importante: gente cuidando de gente.
Sua forma de liderar é simples — e poderosa. Ele escuta, observa, conecta. Não força uniformidade, respeita os diferentes perfis e extrai o melhor de cada colaborador. “Não adianta colocar todo mundo no mesmo molde. Gestão de verdade acontece quando você identifica o que cada um tem de melhor e faz essas peças se complementarem.”
Para ele, o gestor precisa estar junto, envolvido. Não se contenta em olhar gráficos de longe. Participa, se compromete e, principalmente, inspira. “Eu quero que meus liderados lembrem de mim como alguém que acreditou neles. Que os tratou com respeito e os preparou para estarem no meu lugar um dia.”
Mesmo com décadas de carreira, Anselmo não desacelera. E também não romantiza a jornada. Reconhece os desafios, os altos e baixos, mas defende que a paixão pelo que se faz precisa ser maior do que as dificuldades. “Eu sempre digo: se acordar um dia e não tiver mais prazer em vir trabalhar, avisa. A gente dá um tempo, respira. Porque não dá pra entregar excelência com o coração cansado.”
Mas se engana quem pensa que ele faz tudo isso sozinho. Sua base está em casa, no afeto e no apoio da esposa e dos dois filhos. São eles sua inspiração diária. “Eles são meu combustível. Mas também sei que preciso estar bem comigo mesmo. Porque se eu falho comigo, falho com eles também.”
Anselmo é o tipo de líder que entende o valor do legado. E sabe que legado não é sobre conquistas pessoais, mas sobre o impacto que deixamos nas vidas com quem cruzamos. É sobre o jovem que ele motivou e hoje ocupa um cargo de liderança. É sobre o cliente que se sente valorizado mesmo sem comprar nada. É sobre a equipe que confia — e entrega mais por isso.
Num tempo em que tantas organizações correm atrás de inovação, Anselmo lembra que o verdadeiro diferencial continua sendo o básico bem-feito, feito com coração. E seu maior ensinamento talvez seja esse: não existe transformação sem relação. E não existe liderança sem humanidade.