Com mais de duas décadas de trajetória em gestão de pessoas, Cleber Moura construiu sua carreira focado no desenvolvimento humano. Atualmente faz a gestão da equipe de treinamento e desenvolvimento na FIEMT, liderando não só a frente de educação corporativa, mas também remuneração, performance e people analytics.
Ao longo da carreira, passou por grandes multinacionais atuando em muitos estados brasileiros, e sempre teve um olhar atento para a formação de pessoas. Na FIEMT, a missão é clara: formar líderes que estejam de fato preparados — e dispostos — a liderar.
“Hoje o mercado se depara com líderes muito júnior, muitos querendo o cargo pela remuneração, mas ainda não têm as competências desenvolvidas”, conta. Para Cleber, esse descompasso entre desejo e preparo exige uma atenção especial da área de desenvolvimento. “O time de educação corporativa tem a missão de formar essas pessoas dentro da cadeira que já ocupam.”
Além disso, ele aponta para um novo desafio que vem ganhando força nos últimos anos: a dificuldade de encontrar quem deseja liderar. “Diferente de anos atrás, hoje muita gente deixa claro que não quer assumir liderança. Dizem: ‘É suficiente para mim o cargo que ocupo’. Preferem não galgar desafios maiores”.
Outro ponto importante para Cleber é lidar com os diferentes perfis geracionais. O desafio é criar conteúdos que engajem tanto o profissional que consome conteúdos de poucos minutos quanto aquele que prefere um treinamento mais denso e técnico. “Hoje, quem tem um pouco mais de idade muitas vezes ainda não conseguiu se habituar aos podcasts. Já os mais jovens perdem o interesse quando têm mais de 10 minutos de conteúdo. Como manter esses dois públicos engajados no mesmo ambiente?”
Na visão de Cleber, por trás de tudo isso, está a cultura organizacional. E é aí que muitas empresas ainda falham. “Antes de falar de competências, a gente precisa pensar na cultura. A cultura é a base de tudo.” Para ele, não adianta colocar valores na parede se a prática do dia a dia não condiz. “Cultura é aquilo que o colaborador sente, vive. É o que guia as decisões, os relacionamentos, o jeito de ser da organização.”
Ele acredita que quando a cultura é bem definida — e, principalmente, bem vivida — os processos se tornam mais transparentes e os colaboradores mais engajados. “Se eu entendo o que a empresa valoriza, eu consigo decidir se esse é o lugar certo para mim. E a empresa também consegue contratar e reter com mais assertividade.”
Com foco em protagonismo e coerência, Cleber conclui que as empresas precisam criar espaços de aprendizado que respeitem os diferentes perfis, mas que também incentivem o amadurecimento profissional. “O desenvolvimento precisa ter profundidade, senão vira só um conteúdo superficial de pouca aplicabilidade. A gente precisa ensinar que crescer leva tempo e necessita de escolhas individuais.”