Danilo Urbano, CEO do Workline Group, resume sua trajetória com uma palavra: superação. E não é à toa. Em 2017, sua empresa foi completamente destruída por um incêndio. Com dívidas e 20 colaboradores, Danilo teve que recomeçar do negativo — uma fase que ele descreve como sombria, mas ao mesmo tempo cercada por uma “estranha paz” e fé de que aquele seria apenas o rascunho de uma história vitoriosa.
Desde os 15 anos, Danilo nunca soube o que era salário fixo. Vendedor nato, vendia CDs e recarga de cartuchos. Com 18 anos, saiu de casa e começou sua imersão no mercado de móveis para escritório, atuando como representante comercial. Em 2006, fundou seu primeiro escritório de representação. Em 2014, com uma carreira consolidada, arriscou abrir uma indústria própria — mas o timing político e econômico era ruim e, com 11 meses, decidiu encerrar a operação. Em seguida, centralizou todos os esforços na criação da Workline, focada diretamente no cliente final.
Mesmo após o incêndio, a resiliência e o apoio de parceiros fizeram diferença. Pessoas cederam espaços, materiais e até computadores para que ele pudesse recomeçar. E ele recomeçou. “A gente reconstruiu com muito suor, e o mais incrível: com gente leal ao nosso lado”.
Hoje, Danilo destaca que um dos maiores aprendizados da sua carreira como gestor é a importância de processos. “Ser empresário é ter coragem”, afirma. Ele reforça que faculdade de Administração pode até dar base, mas a vivência de liderar, montar estrutura e implantar cultura só se aprende na prática. Para ele, o processo é o caminho para fazer a empresa funcionar com ou sem o dono presente — “como se ele estivesse lá”.
Mas a parte mais complexa da gestão, segundo ele, ainda são as pessoas. Implementar uma cultura forte, engajar o time com valores reais e manter constância nisso tudo é o maior desafio. “Se a cultura não é absorvida, a incompatibilidade aparece logo”, diz. Ao falar sobre o que mais valoriza em seu time, ele destaca uma palavra rara, mas poderosa: a lealdade de quem permanece ao lado mesmo nas tempestades e que vale mais do que qualquer currículo.
Para ele, tornar-se líder foi algo natural, fruto das experiências e tombos da vida. E hoje, se pudesse definir a diferença entre um bom líder e um excelente líder, ele crava: É a capacidade de enxergar o que ainda nem aconteceu. O líder excelente prepara o time para o que está por vir, mesmo que pareça longe. “Eu antecipo os desafios e já deixo meu time pronto para enfrentá-los.”
Entre lições duras, recomeços improváveis e uma cultura viva, Danilo prova que um líder não é só quem comanda, mas quem constrói a ponte — mesmo depois de ela ter pegado fogo.
