Encontrar a própria paixão nem sempre é um caminho reto — e Dhiego Arlinsonn é prova disso. Hoje gerente de marketing do Hospital Adventista de Manaus, ele passou por geografia, ciência da computação e design antes de se formar em publicidade e propaganda. Depois disso, não parou mais: concluiu também design, fez MBA em marketing, pós-graduação em branding e growth e, agora, está no mestrado em promoção da saúde. A pesquisa, claro, está no cruzamento entre comunicação e saúde: “Minha pesquisa é muito nesse viés da influência da comunicação no combate à desinformação em saúde”, explica.
O marketing hospitalar, para ele, é uma ferramenta com alto potencial de impacto social. “A gente percebe a importância gigante de termos mais vozes profissionais com base científica na internet. Durante a pandemia, vimos as pessoas chegarem com informações de influenciadores sem nenhuma base”, diz. É nesse cenário que ele enxerga seu papel: fortalecer marcas confiáveis e colocar as redes sociais a serviço do conhecimento.
Hoje, lidera uma equipe multidisciplinar com braços de marketing e experiência do cliente, e aposta em uma gestão baseada em processos integrados e cultura organizacional. “Existe um modelo de gestão em que o fluxo depende de várias etapas e profissionais. Isso gera senso de responsabilidade: se eu atraso a minha parte, atraso o outro também. E isso educa o time para o cuidado mútuo”, compartilha.
Para além da gestão do dia a dia, Dhiego olha para o impacto maior de seu trabalho: o da construção de confiança entre hospital e sociedade. “Um post no Instagram hoje é um novo pré-atendimento. Você transmite confiabilidade pelo que compartilha. Por isso, nosso conteúdo é sempre feito por profissionais habilitados. Eu não vou colocar um influenciador para falar de ciência. Vou colocar cientistas. Porque a pessoa vai buscar no consultório a mesma segurança que sentiu naquele post.”
Olhando para o futuro, ele aposta na presença digital como uma extensão da responsabilidade institucional. “Nós precisamos manter a liberdade de expressão, mas também precisamos de vozes confiáveis na saúde. Isso vem de profissionais capacitados, e muitos estão dentro dos hospitais. Essas instituições precisam ocupar esse lugar com mais firmeza.”
Para motivar sua equipe, ele alia escuta ativa, rotina estruturada e formação contínua. Um exemplo é o “coffee semanal”, em que cada integrante compartilha conhecimento com o time sobre seu processo criativo. “Esse apoio mútuo gera suporte emocional. Todo mundo se sente parte e contribui para o coletivo.”
Ao final da conversa, ao ser convidado a deixar um recado para sua versão mais jovem, ele é certeiro: “Eu ficava frustrado achando que estava perdendo tempo não me encontrando. Mas hoje eu vejo que tudo aquilo cooperou para que eu valorizasse esse momento. Minha realização como gestor vai ser o dia em que eu puder dizer para o meu diretor: eu tenho três pessoas no time que podem me substituir e fazer melhor que eu. Isso, para mim, é felicidade.”