Entre carros e grandes eventos: como Eduardo Marchetti construiu uma carreira fora da caixa

Eduardo Marchetti é um daqueles profissionais que parecem ter vivido várias vidas em uma só. De trainee na Volkswagen a gestor da maior feira do aftermarket automotivo da América Latina, sua trajetória mostra o poder da escuta, da coragem e da reinvenção contínua.

Do universo preciso do setor automotivo à adrenalina do mundo dos grandes eventos, Eduardo Marchetti construiu uma carreira que desafia rótulos e zonas de conforto. Com passagens marcantes por empresas como Volkswagen, Renault e agora na RX Global, ele coleciona aprendizados que vão muito além das especificações de produto: envolvem empatia, ousadia, criatividade e visão estratégica.

Eduardo começou sua carreira como trainee na Volkswagen, onde rapidamente assumiu responsabilidades que poucos profissionais iniciantes teriam coragem de abraçar. Sua formação em publicidade contrastava com a lógica mais técnica do marketing do produto, muito próximo do mundo da engenharia automotiva — mas ele não se acanhou. “Parte do meu trabalho era entender o mercado, ouvir o consumidor, prever tendências e transformar tudo isso em briefing para um carro que ia nascer cinco, oito anos depois. O processo era todo acompanhado, desde a criação até implementação, lançamento e vida série dos produtos”

Foi nessa intersecção entre dados, mercado e intuição que nasceram projetos como o Volkswagen Fox, um carro pensado, segundo ele, “de dentro pra fora” — a partir da experiência do passageiro e das necessidades daquele momento, como ergonomia e acessibilidade para um público maior, focando mulheres e jovens.

Depois veio a Amarok, primeira picape média da Volkswagen, desenvolvida com um desafio inédito: conquistar um mercado dominado por marcas com décadas de tradição no segmento. “Faltava confiança. O consumidor não queria só motor potente, ele queria conforto num carro robusto. Para o time de desenvolvedores da matriz, eram pontos bastante específicos de países como o Brasil e outros do hemisfério sul, difícil deles entenderem a real necessidade, sem exageros ou deixando algo sem atenção. Foi meu primeiro grande choque cultural profissional.”

Convidado em seguida a atuar na matriz alemã, Eduardo passou três anos imerso em reuniões em alemão, culturas diferentes e resistências internas. O projeto mais simbólico foi o relançamento do facelift do Passat, em que ele pesquisou as demandas de mercado de países como Rússia, EUA e Inglaterra, e implementou alguns itens regionalizados, não percebidos antes das reuniões internacionais. “As pessoas não sabem o que falta até experimentarem. Você precisa ir além do óbvio para enxergar o que ninguém está dizendo.”

Essa visão ampliada foi um divisor de águas. De volta ao Brasil, atuou como gestor na Volkswagen e depois na Renault, onde liderou o desenvolvimento de uma nova picape média. O projeto acabou engavetado devido a questões macroeconômicas — um baque que se transformou em aprendizado. “Foi como jogar de novo um videogame sabendo onde você errou na fase anterior.”

A guinada de Eduardo para o setor de eventos veio com um convite para ser product manager da Automec, a maior feira de autopeças da América Latina, organizada pela RX Global. “Foi ousado da empresa me dar esse projeto. Eu não era do mundo de eventos, mas eu era o cliente. Eu sabia o que o expositor precisava.”

Deu certo. Sob sua liderança, a feira cresceu mais de 30% entre 2019 e 2023 — e mais 20% na edição de 2025. O segredo? Eduardo aprendeu, na prática, que ninguém faz nada sozinho. Ele acredita em uma gestão horizontal, com forte inteligência emocional e espaço para o time brilhar. “Hoje, liderar é influenciar. É abrir caminho para que as pessoas façam seu melhor — e reconhecê-las por isso.”

Como gestor, Eduardo não se apega ao organograma. Valoriza relações autênticas, escuta ativa e senso de justiça. E, acima de tudo, não tem medo de errar: “O erro ensina. O problema é fingir que não errou. Identificar o erro rápido, corrigir rápido, aprender sempre.”

Mesmo à frente de um dos maiores eventos da América Latina, Eduardo sabe que a inovação não tem ponto final. “A gente sempre pode ouvir melhor, servir melhor, experimentar algo novo. O que funcionou ontem pode não fazer sentido amanhã.”

Ele continua testando, adaptando e inovando — com os pés firmes no setor automotivo, mas o olhar curioso de quem nunca parou de aprender.

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