O profissional, Gilberto Wohlfarth Junior, conhecido por todos como Beto, atua há quase 15 anos como gerente executivo da ACISLO — Associação Empresarial de São Lourenço do Oeste. Sua trajetória é marcada por transformação, articulação e, acima de tudo, por uma liderança inspiradora baseada na vivência prática e no compromisso com o coletivo.
Em entrevista, Beto relembrou o início de sua jornada. Quando começou, a realidade da associação era completamente diferente: comunicação por fax, eventos divulgados de porta em porta e uma conexão muito mais pessoal com os associados. “A gente batia de porta em porta oferecendo os eventos. Era difícil, mas havia mais adesão, mais conexão humana”, relembra.
Com o passar dos anos, o papel da associação mudou — e ele também precisou se reinventar. Hoje, além da atuação operacional, a ACISLO exerce um papel estratégico, sendo referência regional em temas centrais e de interesse público. Exemplo disso foi o posicionamento da entidade em debates sobre infraestrutura e investimentos na região, assumindo o protagonismo em pautas sensíveis.
Segundo Beto, essa mudança exige um novo tipo de comunicação: mais assertiva, mais ágil e adaptada à rotina acelerada das pessoas. “Hoje, mesmo com acesso à informação, as pessoas não conseguem captar a mensagem. Está tudo rápido demais. Comunicar com clareza se tornou um desafio enorme.”
Ele destaca que o segredo para se manter relevante ao longo do tempo está na abertura ao aprendizado e à mudança. “Aquilo que funcionava 15 anos atrás não serve mais. A gente precisa refletir e entender o presente para agir de forma mais assertiva.”
Sobre inspirações, Beto é direto: sua admiração está nos empreendedores locais. Para ele, são esses nomes que realmente representam o espírito de superação e inovação. “Sempre me inspirei nos empresários da nossa região. São histórias reais, de gente que saiu do zero, deu cheque pré-datado para crescer e hoje são líderes de empresas de destaque.”
Com uma equipe interna enxuta — apenas quatro colaboradores e um assessor de comunicação —, a ACISLO opera com alta colaboração. Cada um assume múltiplas funções e todos atuam de forma integrada. “Trabalhar em conjunto é melhor do que ter muita gente puxando para lados diferentes. Nosso time é pequeno, mas faz acontecer.”
Ao falar dos desafios de gestão nos tempos atuais, Beto enfatiza a dificuldade de engajar as novas gerações e mantê-las conectadas ao propósito. “Hoje as pessoas querem tudo rápido. Entram em uma empresa e já querem ser gerentes em 30 dias. Falta vivência, falta paciência, falta construção.”
Ele também comenta sobre a dificuldade que muitos jovens têm em aceitar responsabilidades. Compartilhou, inclusive, o caso de um jovem talento que recusou a oportunidade de assumir um pequeno novo papel de confiança por considerar “responsabilidade demais” — mesmo diante de um aumento salarial. “Isso mostra que falta ambição e comprometimento em muitos casos.”
Para ele, o propósito, o comprometimento e o espírito de contribuição à comunidade são os pilares que devem nortear o trabalho em qualquer setor. “Você é aquilo que você viveu e o que você deixou. O que fica não é o cargo, é o legado.”
Beto acredita em uma liderança que inspira pela prática e pelo exemplo. Não se importa em “passar a vassoura” se for preciso, e reforça que a articulação — saber ouvir, compreender e conectar pessoas — é uma habilidade essencial que desenvolveu ao longo dos anos. “Hoje, não basta fazer. É preciso refletir antes de agir. E fazer do jeito certo.”