Rita Barbosa não cabe em um rótulo — e talvez seja exatamente aí que mora sua força. Com mais de 20 anos de experiência em marketing, ela trocou a segurança de cargos formais pela liberdade da consultoria independente. Mas sua atuação vai muito além de um plano de comunicação: Rita mergulha na alma das marcas, escuta os bastidores, conecta identidade, cultura, gente e sentimento. “A marca não é um logo. A marca é a cara do dono”, afirma.
Sua virada de chave aconteceu após a gestação de gêmeas, quando percebeu que precisava de mais autonomia para cuidar da nova rotina. Foi ali que encontrou um gap no mercado: empresas pequenas, sem estrutura interna de marketing, vivendo ciclos intermináveis com agências que “não davam resultado”. Ela decidiu ocupar esse espaço com um novo formato — o de gerente de marketing terceirizada, com olhar estratégico e atuação imersiva. Desde então, tem feito o que chama de “trabalho artesanal”. Entra na empresa, escuta os colaboradores, os líderes, os clientes. Reconstrói a história da marca e redesenha o caminho com base em propósito real.
Um exemplo marcante foi seu trabalho com a LR Representações. A empresa, apesar de representar grandes marcas, era invisível nas redes sociais. Rita ajudou a estruturar o modelo de negócio, redesenhou o arquétipo da marca, criou o manifesto, alinhou tom de voz e fez nascer um evento de lançamento com direito a palco, plateia e presença do Leonardo Castelo. Tudo pensado para fazer da marca um reflexo verdadeiro de quem a fundou — com alma, com história, com gente.
Mas Rita não se limita ao marketing. Atua também na fronteira entre comunicação, RH e gestão. Ajuda empresas a entenderem como estão sendo percebidas internamente, mapeia a cultura organizacional, reforça os valores para dentro antes de colocá-los para fora. “Se o colaborador não ama a marca, como ele vai vender com verdade?”, questiona. Ela acredita que o primeiro cliente é interno — e que construir cultura é parte essencial da venda.
Sua atuação é intensa, mas sempre com escuta ativa e personalização. Não usa fórmulas prontas. Cada cliente é um universo. E cada entrega, um pedaço da própria Rita. Sua energia é vibrante, mas não sem cicatrizes. Pelo contrário, sua história de superação é uma das grandes forças por trás de tudo que ela faz. Depois de viver por anos um relacionamento abusivo, Rita saiu de casa com duas bebês pequenas nos braços, desempregada e com dívidas. Foi da ausência total de estrutura que ela criou sua nova vida. “Onde eu pus o pé, Deus pôs o chão”, diz.
Recusou voltar para o CLT mesmo sob alertas e julgamentos. Escolheu empreender com coragem, mesmo sem dinheiro. E seguiu assim, com a cara, a coragem e uma rede de pessoas que ela chama de “anjos sem asas” — amigos, parceiros, clientes que acreditaram e abriram portas. Hoje, com essa bagagem de vida e trabalho, ela sonha alto. Quer palestrar, quer escrever, quer transformar outras histórias como transformou a sua. E já começou a estruturar mentorias, redesenhar seus serviços e planejar a nova fase da sua jornada.
Rita é intensa. Responde WhatsApp a qualquer hora. Monta times para clientes que precisam de operação. Faz parcerias com fotógrafos, consultores de imagem, videomakers, social medias. É ela quem prospecta, quem apresenta propostas, quem fecha negócio, quem entrega. Mas também sabe o limite: depois de quase entrar em burnout no início da sua jornada empreendedora, hoje administra com mais equilíbrio. E não abre mão da prospecção constante. “A gente nunca pode parar de prospectar. Mesmo com a agenda cheia. Porque o ciclo de fechamento é longo.”
Ela é movida por algo que não se compra: sentimento. Acredita que marcas que se conectam com emoções vendem mais, fidelizam mais e fazem sentido real para as pessoas. É fã do método Disney, da gestão de luxo e do bom atendimento que faz padarias de bairro lotarem sem precisar de tráfego pago. É contra a visão de que pessoas são apenas leads. Para ela, são nomes, histórias, preferências — e é isso que constrói marcas memoráveis.
Quando fala da sua motivação, a resposta vem sem hesitação: suas filhas. Empreendeu por elas, para dar dignidade, para ser presente, para construir um novo caminho depois da dor. “Meu grito por empreender foi pela liberdade. E para mostrar para elas que é possível viver com dignidade, com sonho e com verdade.”
Hoje, ainda enfrenta desafios — meses com pouco faturamento, dificuldade de encontrar empresas que valorizem esse olhar humanizado — mas segue firme. Está reestruturando sua oferta, focando em mentorias e projetos que permitam escalar sem perder essência. E sabe que o que ela entrega não é só marketing. É transformação.
Com uma fala envolvente, uma escuta afiada e uma habilidade rara de traduzir essência em estratégia, Rita tem tudo para ocupar ainda mais espaço. Como consultora, mentora ou palestrante, sua missão segue a mesma: devolver cor para as marcas e para as pessoas que as constroem.