O profissional, Francisco Azeredo, atua como líder de conteúdo e programação do South Summit Brazil, um dos maiores eventos de inovação e empreendedorismo da América Latina. Com uma trajetória construída entre bastidores, palcos e conexões de alto impacto, Francisco compartilhou sua visão sobre o que torna o evento tão singular — e como a experiência vivida ali é mais poderosa do que qualquer apresentação de slides.
Em entrevista, Francisco revelou que sua missão começa muito antes do evento abrir os portões. Seu trabalho, e o de sua equipe, é pensado meses antes, construindo agendas, alinhando pautas e lidando com a complexidade de gerenciar sete palcos simultâneos e um ecossistema diverso — que reúne desde investidores globais até lideranças governamentais, passando por startups, grandes empresas e nomes influentes da inovação mundial.
“Nosso trabalho é todo antes. Se chegarmos no dia do evento com pendências a resolver, já deu errado.”
Para ele, a grande mágica do South Summit Brazil está na densidade de conexões. Diferente de outros eventos mais espalhados, como o Web Summit, o South é concentrado no Cais Mauá, em Porto Alegre — o que facilita encontros casuais e promove trocas significativas. “Às vezes a pessoa vai ao evento, não assiste nenhuma palestra — mas sai de lá transformada. E é isso que a gente quer.”
Francisco compartilha que o South Summit Brazil não é um evento de conteúdo e tampouco uma feira de negócios tradicional. É um espaço de encontros, onde o conteúdo funciona como gatilho para conexão. “Nosso conteúdo é uma faísca. Ele inspira, mas não se propõe a esgotar o assunto. A conversa continua nos corredores, nos lounges, nos cafés.”
Ele também fala com entusiasmo sobre a construção da curadoria: os temas são amplos, mas definidos com base em escuta ativa e nas tendências globais. Sustentabilidade, fintechs, bioeconomia, saúde e inteligência artificial são apenas alguns dos pilares que vêm ganhando espaço. Em 2025, o tema-guarda-chuva foi “Beyond Resilience”, uma resposta direta às enchentes no estado e à necessidade de reforçar a resiliência — de pessoas, cidades e instituições.
“A gente não faz um evento de sustentabilidade, mas quer mostrar como a tecnologia, a colaboração e a inovação podem ajudar a construir um futuro mais resiliente.”
Com passagens marcantes por projetos como o Fronteiras do Pensamento, onde atuou por mais de 16 anos, Francisco acumula vasta experiência na seleção de palestrantes e na criação de narrativas relevantes. No Fronteiras, trabalhou com grandes nomes e liderou áreas como relacionamento com palestrantes, tickets, atendimento B2C e até o braço educacional do projeto.
A transição para o South Summit Brazil aconteceu naturalmente, quando foi indicado para uma vaga que “era a sua cara”, segundo amigos. Mesmo sem experiência direta em inovação, trouxe o olhar sensível da curadoria cultural e transformou isso em diferencial.
Hoje, sua atuação é marcada por conexões internacionais, construção de redes e olhar atento às demandas locais. O South Summit Brazil conta com um time fixo e uma rede que cresce conforme se aproximam os eventos — como o South Summit Brazil Amazônia, que está sendo estruturado com foco em clima e bioeconomia.
Francisco reconhece que os maiores desafios da curadoria estão no orçamento e no acesso a speakers de peso, mas que o crescimento da marca no Brasil tem facilitado conexões antes impensáveis. A reputação do evento, associada à experiência positiva dos participantes, ajuda a abrir portas. “Tem gente que veio uma vez e agora quer participar todo ano. Isso diz muito.”
Para ele, o mais importante é manter o olhar para as pessoas. Mesmo em um evento de negócios, é fundamental lembrar que são indivíduos que representam marcas, ideias e propósitos. “Tem que ter calor humano. A gente está falando com pessoas, mesmo quando elas estão usando crachá de empresa.”