Quando Jéssica Nazário fala sobre sua carreira, não é o cargo que vem primeiro. É o impacto. Ao longo dos anos, ela entendeu que liderar não é sobre sentar em uma cadeira, mas sobre tocar vidas — com consciência, escuta e coragem. Diretora de Marketing da Anjo Colchões, sua trajetória é marcada por mudanças, propósito e, principalmente, uma convicção: desenvolver pessoas é o que transforma negócios.
Durante a conversa, Jéssica revelou que sua caminhada profissional sempre andou lado a lado com o autoconhecimento. “Evolução de carreira é evolução pessoal”, afirmou. E é com essa consciência que ela foi moldando sua forma de atuar: da operação à estratégia, passando por vendas, marketing, indústria e até escolha de ponto comercial.
Seu diferencial está no olhar sistêmico. Para ela, liderar em rede é entender o ecossistema como um todo — do franqueado ao colaborador da ponta. “A gente mexe com a vida de muitas pessoas. Não dá pra olhar só da janela do marketing ou das vendas. É preciso conectar as áreas, os contextos, os sentimentos.”
Essa visão ampliada é também o que a impulsiona a buscar diagnósticos cada vez mais profundos antes de executar. “É melhor perder tempo entendendo o problema do que sair acelerando na direção errada.” E quando precisa decidir, Jéssica alia dados com contexto — porque, segundo ela, número sem escuta pode levar a conclusões equivocadas.
Um dos momentos marcantes da sua jornada foi durante a pandemia. Ela relembra a história de uma franqueada que não sabia usar o celular e que, com apoio e treinamento, virou destaque nas vendas digitais da rede. “Não foi sobre tecnologia. Foi sobre transformação humana”, conta, com orgulho.
“A gente não precisa fazer coisas grandiosas. Só precisa desenvolver quem está no jogo.”
Hoje, à frente da diretoria de marketing da Anjo, Jéssica lidera um time com presença em quatro países e mais de 250 franquias espalhadas pelo Brasil e América do Sul. Em pouco mais de 40 dias na empresa, promoveu um evento interno, fortaleceu a conexão com os franqueados e iniciou um trabalho estratégico de reposicionamento da marca. Tudo isso sem deixar de lado as chamadas “vitórias rápidas” — entregas pontuais que mantêm o time engajado durante as fases mais longas de diagnóstico e planejamento.
Ela acredita numa liderança horizontal, com espaço para conversas difíceis, trocas sinceras e construção conjunta. “Não é mais sobre top-down. A gente precisa inspirar, não mandar.” E isso só é possível, segundo ela, com inteligência emocional, humildade e escuta ativa.
Ao ser perguntada sobre fontes de inspiração, Jéssica cita mulheres que quebraram barreiras — como Camila Farani e uma ex-diretora financeira com quem trabalhou. Também menciona o perfil “Hoje Chefinho”, que ajuda a traduzir os dilemas do mundo corporativo com leveza e verdade. Mas faz questão de lembrar: “O que mais me inspira são as histórias reais. As mulheres que passaram pelo meu caminho e me mostraram que é possível.”
Além de seu papel como executiva, Jéssica carrega um propósito claro: usar sua história para inspirar outras pessoas. “Todo mundo tem uma história. O problema é que o mundo executivo tenta mostrar uma perfeição que não existe. Eu prefiro honrar minha trajetória — com tudo o que veio junto.”
“Hoje, eu gosto mais de mim do que ontem. E isso é um baita sinal de evolução.”